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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Somos todos pós humanos?

A dinâmica da sociedade em que vivemos tem mudado com os acontecimentos que permeiam a história do mundo, podemos citar, por exemplo, a revolução digital, que trouxe tantas mudanças a forma em que vivemos quanto é possível citar. E isso é um fato.
Uma dessas maiores mudanças, no entanto, seriam os questionamentos a respeito do que é ser humano, se a humanidade só se dá com a existência de um corpo físico que abriga as características necessária aos reconhecimento dessa humanidade.
Por quê isso? Não fossem suficiente as transformações que o próprio corpo humano passa, a revolução digital trouxe a era das máquina, dos cibernético, da mistura desses com o bio, a vida, o corpo. São essas novas relações que se criam entre a máquina e o ser (ou corpo) humano que trazem tantos questionamentos sobre o que é de fato ser humano. Se antes da revolução digital, seria impossível fazer algumas perguntas pela falta de conhecimento ou curiosidade relacionadas, hoje com o avanço tecnológico e sabendo tudo que sabemos, surgem os mais diversos questionamentos que se ousa fazer.
É necessário entender que a história da humanidade é dividida em diversas eras, cada uma delas traz um modelo de corpo humano, com características relacionadas à respectiva era. Não seria diferente com a revolução digital e a era cibernética que se iniciou, criando um modelo de corpo humano extremamente ligado às máquinas.
É assim que surge o ciborg, o híbrido entre humano e máquina, dando mais embasamento ao questionamento sobre a humanidade estar ou não ligada ao corpo, sendo assim que Santaella estabelece as máquinas como última barreira entre o corpo humano e o mundo cibernético, chamando o último de pós humano. Sendo assim, o corpo físico seria a última barreira entre o corpo e pós humano, mas se hoje todos temos um pouco de máquina em nós, seja em óculos de grau, seja com o celular como uma extensão de nós mesmos, seríamos todos meio ciborgs? E, ultrapassando essa barreira, podemos ser todos pós humanos? E de que forma isso diminui ou aumenta nossa humanidade? Mais do que nunca, percebe-se que tais conceitos estão muito mais na mente do que no corpo em qualquer barreira imposta a eles, sendo que a mente ninguém sabe até onde vai, ou se perpetua.

Culto ao amador?

Keen inicia a introdução do seu livro afirmando que parece que estamos regredindo no tempo. Bem, eu não poderia concordar mais com ele, no entanto, as concordâncias entre o que eu penso e o que ele afirma no decorrer do seu texto ficam apenas nessas primeiras linhas, visto que acreditamos na mesma máxima por motivos completamente diferentes.
Keen cita algo que ele chama de cultura do amador, onde a "falta de conhecimento" é cultuada, de tal forma que se valoriza cada vez menos os esforços que outro fazem para alcançar conhecimento, patamares e resultados.
De acordo com Keen, um garoto de 15 anos é incapaz de saber mais sobre celulares que um Engenheiro Eletrônico que passou por uma universidade reconhecida, não importa o quanto o garoto tenha aperfeiçoado seus conhecimentos através de pesquisas, estudos informais e do próprio uso. Sendo assim, o que aquele garoto tem a oferecer em relação ao assunto, não deveria ser levado em consideração, ou pelo menos não tanto quanto o segundo personagem do exemplo.
Nas próprias palavras de Keen, "estão criando uma interminável floresta de mediocridade. Pois os macacos amadores de hoje podem usar computadores conectados em rede para publicar qualquer coisa, de comentários políticos mal informados a vídeos caseiros de mau gosto, passando por música embaraçosamente malacabada e poemas, críticas, ensaios e romances ilegíveis".
Não fosse suficiente os termos que ele escolheu, como "macacos" e "mediocridade", suas palavras denotam profundo desprezo pelo conhecimento não institucionalizado. Pior, é possível até mesmo inferir que, em sua opinião, pessoas com "menos conhecimento" não deveriam nem ao menor ser permitidas a compartilhar o que sabem.
Levando em conta que ele citou música, poesia e crítica, eu perguntaria a Keen se não é tudo uma questão de gosto, visto que assistimos a tantos debates do tipo serem travados na internet, principalmente, mas mesmo esse blog seria desconsiderado por Keen visto que ele defende que o conhecimento deve ser restrito, fechado.
Eu volto ao início, o único ponto em que concordo com ele é que também acho que estamos regredindo. Assistindo a tantos avanços trazidos pela tecnologia, entre eles uma maior democratização do conhecimento, é inconcebível para mim que ainda se defenda esse conhecimento institucionalizado, fechado e restrito a grupos, cercado de normas e envolto em redomas de vidro, na qual nem todos podem tocar. O que Keen cita como amador para mim é apenas a base de inúmeras possibilidade, não reconhecer isso é que seria, de fato, uma imensa regressão. Ou o autor esqueceu que o ápice do conhecimento e da inteligência podem ter base na mais profunda ignorância e vontade de aprender?

Não é só tecnologia

A internet encanta, não só ela, mas a tecnologia encanta, tal um canto de sereia. Encantam tantas áreas, suas características, vantagens e bônus invadem tantos meios e tantos campos, que não poderia ser diferente com a comunicação. Ora, a comunicação é uma área, é uma profissão, uma atividade, é um campo do estudo, não seria a ela a estar em uma bolha ou redoma, protegida dos efeitos da tecnologia e de seu avanço, muito pelo contrário, é talvez uma das mais afetadas por tais avanços.
No entanto, nos últimos tempos, a comunicação tem estado tão ligada à tecnologia que tem se temido que ela seja reduzida apenas a isso, não desmerecendo a tecnologia em sim, mas é preciso reconhecer que a comunicação se estende bem além disso.
Explica-se, como área, a comunicação está intrinsecamente ligada a diversos outros campos, entre eles o social e o cultura. Apesar disso, com o constante e cada vez maior crescimento dos avanços tecnológicas, tem se associado tanto a comunicação às suas característica tecnológicas que é possível esquecer todo o resto que a compõe.
O que não deve, obviamente, ser permitido. Embora as redes sociais, usando a internet como importante representante do avanço tecnológico, tenha sua (grande) parcela de importância no que a comunicação representa hoje, é necessário reconhecer e lembrar todas as outras transformações, avanços e mudanças culturais e sociológicas que contribuíram para o avanço da comunicação tanto como atividade, quanto como campo do estudo, pois só através do pleno reconhecimento dos agentes contribuintes e dos efeitos causados, é possível compreender o campo/atividade de fato.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Mudam-se os meios não os resultados

No texto do professor Eugênio Bucci, de título Comunicação Digital, o autor, sempre indagador, nos pergunta como enxergamos a entrada do digital na comunicação e nossa cultura?

Essa é a primeira de variados questionamentos como: podemos chamar isso de revolução? quais coisas serão necessárias para levar a isso?, por exemplo.

Daí surgem as principais discussão das 14 páginas de texto. Parte interessantes como a assimilação da internet como sucessoras de nossa memória e nosso olhar para internet como um plano, que não sofre mudanças e nos proporciona mudanças, são os pontos iniciais destacados por mim.

Outro ponto destacado por este resenhador barato é o papel que Bucci atribui o jornalismo, diante deste cenário de mudanças.

Por isso que pode haver um papel muito relevante para o jornalismo no próximo período, porque é necessário que alguém, com um mínimo de credibilidade perante um determinado público, faça a hierarquização das informações, uma edição mínima, porque efetivamente as pessoas não vão ter tempo de fazer as edições por conta própria.


Por fim, acredito que não temos mais como discutir se estamos vivendo uma mudança estrutural na comunicação. Mudanças sempre ocorrem no decorrer dos séculos. Faz-se mais sentido compreender as mudanças e internaliza-las em nós como um caminho sem volta.

Internet é uma conexão que produz um novo espaço ou propicia um novo espaço, desenvolve uma série de atividades que são muito maiores do que aquelas, e muito mais numerosas e variadas do que aquelas que nós normalmente chamamos de comunicação.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Livres seremos

Por Lucas Bernardo Reis

Estamos no século XXI e acreditamos que nesse mundo conectado todos tem o mesmo acesso que nós as maravilhas das tecnologias da informação. NOT.

No texto de Sérgio Amadeu da Silveira buscamos compreender como as políticas de inclusão social estão conectadas ao movimento de software livre.

A construção do texto é desenvolvida para descobrir qual o sentido de falar em exclusão digital? Quem seriam os excluídos digitais do Brasil?

Para o autor, a globalização seria um fator que proporcionaria a pobreza. Porém, também seria um fenômeno produzido.

Ao final, percebemos que software livre, movimento baseado no princípio do compartilhamento do conhecimento e na solidariedade praticada pela inteligencia coletiva conectada na rede mundial de computadores tem sumária importância no que tange a inclusão social pois, na medida em que desenvolve-se softwares compartilhados gratuitamente abre-se a oportunidade para o fim dessa exclusão digital.

sábado, 11 de outubro de 2014

Sites de redes sociais são reais?

Adoro os textos de Rachel Rucuero. Não apenas porque já os utilizei em trabalhos acadêmicos, mas sim, pela boa discussão sobre os sites de redes sociais - esse sites aprendi com ela.

Analisando seu artigo com considerações iniciais sobre a temática a partir de uma análise do finado Orkut, eu me pergunto: há alguma rede social na internet que realmente compreenda características de rede social?

Se olharmos pela autora, vemos que se for levado em consideração relações estabelecidas, não existem sites de redes sociais.

"A maioria dessas conexões é falsa no sentido de que não apresenta nenhum tipo de interação social e, portanto, não é representativa no sentido de demonstrar a existência de uma rede social".

A teórica também ressalta a questão da interação, onde ficar restrito às comunidades ou grupos internos ao site não caracterizam uma rede social. E até nesses casos podemos não ter a interação, haja visto, tornar-se apenas um quadro de recados.

E ao final, existe site de rede social?

Culto a ignorância

Não que o livro do jornalista Andrew Keen nós acrescente algo de interessante, porém, de arautos do apocalipse já estamos cheio.

Em sua obra Culto ao amador o escritor demonstra, em tom de preconceito e ceticismo, a prática amadorística na internet que, segundo ele, vem destruindo nossos cérebros e involuindo nossa cultura.

Possível seguidor de Adorno e a corrente alemã de indústria cultural, Keen é apocalíptico. Desconsidera o poder de blogs -alias, destroi os blos-, da wikipedia, dos vídeos no youtube,enfim, tudo que não tenha um intelectual e fator institucional por detrás é posto como baixa cultura.

Descordei tanto do texto que a resenha vai ser pequena para não dar cartaz. Aliás, estamos em um blog e, talvez, para este senhor essa nem seja uma resenha, ou aqueles que buscam conhecimento na internet sejam apenas macacos involuídos.

Me ajudaram:

KEEN, Andrew. O culto do amador. Como blogs, MySpace, YouTube e a pirataria digital estão destruindo nossa economia, cultura e valores. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor; 2009.