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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Somos todos pós humanos?

A dinâmica da sociedade em que vivemos tem mudado com os acontecimentos que permeiam a história do mundo, podemos citar, por exemplo, a revolução digital, que trouxe tantas mudanças a forma em que vivemos quanto é possível citar. E isso é um fato.
Uma dessas maiores mudanças, no entanto, seriam os questionamentos a respeito do que é ser humano, se a humanidade só se dá com a existência de um corpo físico que abriga as características necessária aos reconhecimento dessa humanidade.
Por quê isso? Não fossem suficiente as transformações que o próprio corpo humano passa, a revolução digital trouxe a era das máquina, dos cibernético, da mistura desses com o bio, a vida, o corpo. São essas novas relações que se criam entre a máquina e o ser (ou corpo) humano que trazem tantos questionamentos sobre o que é de fato ser humano. Se antes da revolução digital, seria impossível fazer algumas perguntas pela falta de conhecimento ou curiosidade relacionadas, hoje com o avanço tecnológico e sabendo tudo que sabemos, surgem os mais diversos questionamentos que se ousa fazer.
É necessário entender que a história da humanidade é dividida em diversas eras, cada uma delas traz um modelo de corpo humano, com características relacionadas à respectiva era. Não seria diferente com a revolução digital e a era cibernética que se iniciou, criando um modelo de corpo humano extremamente ligado às máquinas.
É assim que surge o ciborg, o híbrido entre humano e máquina, dando mais embasamento ao questionamento sobre a humanidade estar ou não ligada ao corpo, sendo assim que Santaella estabelece as máquinas como última barreira entre o corpo humano e o mundo cibernético, chamando o último de pós humano. Sendo assim, o corpo físico seria a última barreira entre o corpo e pós humano, mas se hoje todos temos um pouco de máquina em nós, seja em óculos de grau, seja com o celular como uma extensão de nós mesmos, seríamos todos meio ciborgs? E, ultrapassando essa barreira, podemos ser todos pós humanos? E de que forma isso diminui ou aumenta nossa humanidade? Mais do que nunca, percebe-se que tais conceitos estão muito mais na mente do que no corpo em qualquer barreira imposta a eles, sendo que a mente ninguém sabe até onde vai, ou se perpetua.

Culto ao amador?

Keen inicia a introdução do seu livro afirmando que parece que estamos regredindo no tempo. Bem, eu não poderia concordar mais com ele, no entanto, as concordâncias entre o que eu penso e o que ele afirma no decorrer do seu texto ficam apenas nessas primeiras linhas, visto que acreditamos na mesma máxima por motivos completamente diferentes.
Keen cita algo que ele chama de cultura do amador, onde a "falta de conhecimento" é cultuada, de tal forma que se valoriza cada vez menos os esforços que outro fazem para alcançar conhecimento, patamares e resultados.
De acordo com Keen, um garoto de 15 anos é incapaz de saber mais sobre celulares que um Engenheiro Eletrônico que passou por uma universidade reconhecida, não importa o quanto o garoto tenha aperfeiçoado seus conhecimentos através de pesquisas, estudos informais e do próprio uso. Sendo assim, o que aquele garoto tem a oferecer em relação ao assunto, não deveria ser levado em consideração, ou pelo menos não tanto quanto o segundo personagem do exemplo.
Nas próprias palavras de Keen, "estão criando uma interminável floresta de mediocridade. Pois os macacos amadores de hoje podem usar computadores conectados em rede para publicar qualquer coisa, de comentários políticos mal informados a vídeos caseiros de mau gosto, passando por música embaraçosamente malacabada e poemas, críticas, ensaios e romances ilegíveis".
Não fosse suficiente os termos que ele escolheu, como "macacos" e "mediocridade", suas palavras denotam profundo desprezo pelo conhecimento não institucionalizado. Pior, é possível até mesmo inferir que, em sua opinião, pessoas com "menos conhecimento" não deveriam nem ao menor ser permitidas a compartilhar o que sabem.
Levando em conta que ele citou música, poesia e crítica, eu perguntaria a Keen se não é tudo uma questão de gosto, visto que assistimos a tantos debates do tipo serem travados na internet, principalmente, mas mesmo esse blog seria desconsiderado por Keen visto que ele defende que o conhecimento deve ser restrito, fechado.
Eu volto ao início, o único ponto em que concordo com ele é que também acho que estamos regredindo. Assistindo a tantos avanços trazidos pela tecnologia, entre eles uma maior democratização do conhecimento, é inconcebível para mim que ainda se defenda esse conhecimento institucionalizado, fechado e restrito a grupos, cercado de normas e envolto em redomas de vidro, na qual nem todos podem tocar. O que Keen cita como amador para mim é apenas a base de inúmeras possibilidade, não reconhecer isso é que seria, de fato, uma imensa regressão. Ou o autor esqueceu que o ápice do conhecimento e da inteligência podem ter base na mais profunda ignorância e vontade de aprender?

Não é só tecnologia

A internet encanta, não só ela, mas a tecnologia encanta, tal um canto de sereia. Encantam tantas áreas, suas características, vantagens e bônus invadem tantos meios e tantos campos, que não poderia ser diferente com a comunicação. Ora, a comunicação é uma área, é uma profissão, uma atividade, é um campo do estudo, não seria a ela a estar em uma bolha ou redoma, protegida dos efeitos da tecnologia e de seu avanço, muito pelo contrário, é talvez uma das mais afetadas por tais avanços.
No entanto, nos últimos tempos, a comunicação tem estado tão ligada à tecnologia que tem se temido que ela seja reduzida apenas a isso, não desmerecendo a tecnologia em sim, mas é preciso reconhecer que a comunicação se estende bem além disso.
Explica-se, como área, a comunicação está intrinsecamente ligada a diversos outros campos, entre eles o social e o cultura. Apesar disso, com o constante e cada vez maior crescimento dos avanços tecnológicas, tem se associado tanto a comunicação às suas característica tecnológicas que é possível esquecer todo o resto que a compõe.
O que não deve, obviamente, ser permitido. Embora as redes sociais, usando a internet como importante representante do avanço tecnológico, tenha sua (grande) parcela de importância no que a comunicação representa hoje, é necessário reconhecer e lembrar todas as outras transformações, avanços e mudanças culturais e sociológicas que contribuíram para o avanço da comunicação tanto como atividade, quanto como campo do estudo, pois só através do pleno reconhecimento dos agentes contribuintes e dos efeitos causados, é possível compreender o campo/atividade de fato.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Mudam-se os meios não os resultados

No texto do professor Eugênio Bucci, de título Comunicação Digital, o autor, sempre indagador, nos pergunta como enxergamos a entrada do digital na comunicação e nossa cultura?

Essa é a primeira de variados questionamentos como: podemos chamar isso de revolução? quais coisas serão necessárias para levar a isso?, por exemplo.

Daí surgem as principais discussão das 14 páginas de texto. Parte interessantes como a assimilação da internet como sucessoras de nossa memória e nosso olhar para internet como um plano, que não sofre mudanças e nos proporciona mudanças, são os pontos iniciais destacados por mim.

Outro ponto destacado por este resenhador barato é o papel que Bucci atribui o jornalismo, diante deste cenário de mudanças.

Por isso que pode haver um papel muito relevante para o jornalismo no próximo período, porque é necessário que alguém, com um mínimo de credibilidade perante um determinado público, faça a hierarquização das informações, uma edição mínima, porque efetivamente as pessoas não vão ter tempo de fazer as edições por conta própria.


Por fim, acredito que não temos mais como discutir se estamos vivendo uma mudança estrutural na comunicação. Mudanças sempre ocorrem no decorrer dos séculos. Faz-se mais sentido compreender as mudanças e internaliza-las em nós como um caminho sem volta.

Internet é uma conexão que produz um novo espaço ou propicia um novo espaço, desenvolve uma série de atividades que são muito maiores do que aquelas, e muito mais numerosas e variadas do que aquelas que nós normalmente chamamos de comunicação.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Livres seremos

Por Lucas Bernardo Reis

Estamos no século XXI e acreditamos que nesse mundo conectado todos tem o mesmo acesso que nós as maravilhas das tecnologias da informação. NOT.

No texto de Sérgio Amadeu da Silveira buscamos compreender como as políticas de inclusão social estão conectadas ao movimento de software livre.

A construção do texto é desenvolvida para descobrir qual o sentido de falar em exclusão digital? Quem seriam os excluídos digitais do Brasil?

Para o autor, a globalização seria um fator que proporcionaria a pobreza. Porém, também seria um fenômeno produzido.

Ao final, percebemos que software livre, movimento baseado no princípio do compartilhamento do conhecimento e na solidariedade praticada pela inteligencia coletiva conectada na rede mundial de computadores tem sumária importância no que tange a inclusão social pois, na medida em que desenvolve-se softwares compartilhados gratuitamente abre-se a oportunidade para o fim dessa exclusão digital.

sábado, 11 de outubro de 2014

Sites de redes sociais são reais?

Adoro os textos de Rachel Rucuero. Não apenas porque já os utilizei em trabalhos acadêmicos, mas sim, pela boa discussão sobre os sites de redes sociais - esse sites aprendi com ela.

Analisando seu artigo com considerações iniciais sobre a temática a partir de uma análise do finado Orkut, eu me pergunto: há alguma rede social na internet que realmente compreenda características de rede social?

Se olharmos pela autora, vemos que se for levado em consideração relações estabelecidas, não existem sites de redes sociais.

"A maioria dessas conexões é falsa no sentido de que não apresenta nenhum tipo de interação social e, portanto, não é representativa no sentido de demonstrar a existência de uma rede social".

A teórica também ressalta a questão da interação, onde ficar restrito às comunidades ou grupos internos ao site não caracterizam uma rede social. E até nesses casos podemos não ter a interação, haja visto, tornar-se apenas um quadro de recados.

E ao final, existe site de rede social?

Culto a ignorância

Não que o livro do jornalista Andrew Keen nós acrescente algo de interessante, porém, de arautos do apocalipse já estamos cheio.

Em sua obra Culto ao amador o escritor demonstra, em tom de preconceito e ceticismo, a prática amadorística na internet que, segundo ele, vem destruindo nossos cérebros e involuindo nossa cultura.

Possível seguidor de Adorno e a corrente alemã de indústria cultural, Keen é apocalíptico. Desconsidera o poder de blogs -alias, destroi os blos-, da wikipedia, dos vídeos no youtube,enfim, tudo que não tenha um intelectual e fator institucional por detrás é posto como baixa cultura.

Descordei tanto do texto que a resenha vai ser pequena para não dar cartaz. Aliás, estamos em um blog e, talvez, para este senhor essa nem seja uma resenha, ou aqueles que buscam conhecimento na internet sejam apenas macacos involuídos.

Me ajudaram:

KEEN, Andrew. O culto do amador. Como blogs, MySpace, YouTube e a pirataria digital estão destruindo nossa economia, cultura e valores. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor; 2009.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Neopets, neoamigos?

“Neopets” é um site do Estados Unidos para simulação de bichinhos virtuais, criado em novembro de 1999. Os usuários, chamados de “neopianos” adentram um mundo chamado de Neopia, representados por um ser, semelhante ao animal, com uma forma e espécie pré definida, mas que pode ser selecionada pelo usuário diante de um grande número de opções. Ainda em Neopia, o usuário do site pode explorar a cidade, o mercado, fazer compras dos mais variados itens, de comidas a móveis, passando por roupas e brinquedos, utilizando do dinheiro que movimenta a economia do site, os neopontos, que são obtidos principalmente através de jogos, mas também podem ser “comprados” fora do mundo virtual. Os chamados neopontos movimentam a economia do site, motivando os usuários a jogarem e participarem das atividades oferecidas, para assim poderem fazer suas comprar, construírem suas casas e assumirem de fato a vida do bichinho que escolheram para cuidar, sendo que ele pode adotar outros no orfanato desse mundo particular.

De acordo com o texto, “Neopets” não pode ser considerada uma rede social, ainda que permita a interação entre seus membros (devidamente representados por seus bichinhos virtuais) essa não é nem de longe um dos principais objetivos do site, muito menos um ponto obrigatório para usufruir de tudo que o site tem a oferecer através de sua jogabilidade e do mundo alternativo que se abre diante dos membros. O site conta ainda com um fórum voltado para interação entre os membros, mas por conta da faixa etária da maioria dos usuários, muitos assuntos e discussões não são permitidos, restringindo ainda mais as interações possíveis.

Vkontakte: fria como a Rússia

Analisando essa querida rede social para uma atividade da disciplina, me deparo com uma interface de facebook e compartamento de orkut que não me agrada.

Talvez pela falta de amigos para compartilhar - porque não encontrei amigos usando - não tive o que interagir e com quem. Porém, ressalto alguns pontos nessa passagem breve: a mistura de interfaces deixa o ambiente limpo, porém, as funcionalidades são tão poucas que assustam. Não há feed de notícias e o usuário posta conteúdo para ser compartilhado com os outros amigos. O link my friends seria o feed usual.

Como ressalva positiva está o menu my music, no qual são disponibilizadas músicas completas de diversos ritmos e locais do mundo. Russos sendo russos e burlando alguma lei de direitos autorais.
No mais, a rede social é legal para você que curte ficar longe do mundo e ser russo por alguns momentos.

Ah... ia me esquecendo. Baseados em Recuero (2004), esse site de rede social apresenta algumas considerações importantes como "ferramentas de interação variadas, tais como
sistemas de fóruns para comunidades, envio de mensagens para cada perfil, envio de mensagens para comunidades, amigos e amigos de amigos (normalmente utilizadas para spam)". Mas, em primeira análise o vkontakte não seria uma rede social pois, mesmo apresentando relações entre usuários, elas podem ser falsas, como escreve a autora:

"A maioria dessas conexões é falsa no sentido de que não apresenta nenhum tipo de interação social e, portanto, não é representativa no sentido de demonstrar a existência de uma rede social".

sábado, 13 de setembro de 2014

Não somos mais os mesmos

Durante meu crescimento, era costume minha mãe falar: - Filha, se concentre em apenas uma coisa. Essa era uma realidade não muito distante, onde fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo era algo permissivo e atrapalha seu rendimento.

Atualmente as coisas mudaram. Já não fazemos apenas uma coisa tranquilamente. Jogamos nossa atenção para diversos fluxos, diversas atividades simultaneamente e isso pode não ser tão interessante para nosso querido amigo cérebro.

A partir desses pontos o autor Nicholas Carr em seu livro The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains aborda essas considerações e também como essa multiplicidade de atividades e pontos de observação vêm alterando a funcionalidade do nosso cérebro.

Por Maggie Paiva

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Por que nosso cérebro não é mais o mesmo?

Por Lucas Bernardo

De uns tempos para cá nossa percepção sobre as coisas e atitudes diante das tarefas têm mudado.

Já não fazemos apenas uma atividade por vez, enquanto escrevo este texto, acesso páginas pelo browser, ouço minha playlist de músicas, enfim, navego. Essas atividades complementam meu conhecimento, porém, até onde elas são favoráveis para nosso querido amigo cérebro?

Essa pergunta é o norte do livro The Shallows: what the internet is doing with our brains do jornalista Nicholas Carr.

Um certo tom de pessimismo marca a descrição do 1º capítulo Hal and me. Pois bem, apresentando um perfil de como costumava utilizar as tecnologias a seu favor, o autor percebe o quanto elas estão alterando seu dia-a-dia, desde as questões mais simples, como navegar na internet, desde as mais complexas, como tabular uma planinha do Excel.

Como falado anteriormente, não focamos em apenas uma atividade. Sempre nos atemos em outras nuances, em resolver outros problemas em detrimento de apenas um de maneira eficiente. Esse é o cerne da discussão de Carr.

sábado, 6 de setembro de 2014

"We're lost in time, like tears in rain"

Mega cidades ciberpunks ou seriam nossas cidades atuais?

Tristeza, grandes metrópoles e seres humanos no seu constante conflito entre sua natureza e a virtualidade. Podemos dizer que essas são as tags quando falamos em Cyberpunk, um termo que envolve diversos conceitos em diversas frentes, como alguns exemplos à seguir: revistas em quadrinhos, RPGs, games, ideário do livre fluxo da informação, ciberativismo, ciberfeminismo, defesa dos direitos do ciberespaço, movimentos de software livre, open source, jornalismo colaborativo, entre outros.

Fenômeno típico do universo midiático dos anos 80, esse termo aparece para designar um movimento literário no gênero da ficção científica, nos Estados Unidos, unindo altas tecnologias e caos urbano, sendo considerado como uma narrativa tipicamente pós-moderna.

Outra usabilidade é sua designação para os ciberrebeldes, underground da informática, com os hackers, crackers, phreakers, cypherpunks, otakus, zippis.

Dos pontos apresentados, sem dúvida, o mais conhecido e generalizado pelas mídias de massa é o da literatura. A alcunha foi primeiramente usada pelo escritor norte-americano Bruce Bethke em sua short-story homônima (...) mas seu uso foi popularizado alguns meses mais tarde pelo jornalista do Washington Post, Gardner Dozois no seu artigo de 30 de dezembro de 1984, Ficção Científica nos anos 80.

O gênero

Como gênero, resguarda em suas características a fusão homem-máquina, o implante de memórias, a ideia de superação da carne pela mente, a dissolução do real e simulação (...), a metrópole soturna e o estilo technoir 

O universo põe em conjunção o reino da tecnologia de ponta, da acionalidade da hard science, por um lado, e do subterrâneo, do poder ditatorial de megacorporações, de inteligências artificiais, de vírus e do caos urbano, por outro.

Alguns exemplos: nos quadrinhos Homem Aranha 2099, Akira, Judge Dredd; em filmes como Blade Runner, Tron: uma odisseia eletrônica, Matrix.

Mega City One: a representação de uma cidade que consume à todos


Seu nome pode ser compreendido como o reconhecimento em implicações de um mundo cibernético
no qual a informação gerada por computador e manipulada torna-se uma nova fundação da realidade e demonstrar a sua atitude alienada e às vezes cínica com a autoridade e o estabelecimento de todos os tipos.

Timothy Leary defendia o cyberpunk como uma atitude em relação ao mundo contemporâneo e à Sociedade da Informação. Um comportamento que explora a criatividade individual através do uso de todas as informações e dados disponíveis via tecnologia.

Homem Aranha 2099: produtos culturais diversos se apropriam da estética cyberpunk

Larry McCaffery  explicita as relações entre o punk e o cyberpunk, comentando que os últimos se apropriaram de aspectos específicos da iconografia, estética e ênfases temáticas punks e as incorporaram em sua ficção.

O punk e o cyberpunk usam a tecnologia como uma  arma contra ela mesma e tentam reduzir o controle de sua forma a partir dos efeitos da indústria da midia e restabelecer um senso de ameaça, de intesidade.

Sem dúvida, ao contrário da morte anunciada desta cibercultura, o legado do cyberpunk encontra-se mais próximo do que imaginamos. Sua estética, mobilidade afeta e desenvolve as novas mídias e movimentos sociais e até ciências como a biotecnologia.

Talvez nem tudo esteja perdido no tempo, nem tudo torne-se lágrimas na chuva.

Lucas Bernardo Reis


Me ajudaram:

A ficção cyberpunk em outras mídias: uma análise de Akira e Cidade Cyber por Rodolfo Rorato Londero

Ficção científica cyberpunk: o imaginário da cibercultura por André Lemos

Visões perigosas: para uma genealogia do cyberpunk por Adriana Amaral

Cyberbullying: Violência adaptada

Foi-se o tempo em que bullying era algo praticado apenas no ambiente real, com agressões físicas ou verbais, num cantinho da escola, da rua, ou da própria casa. Com o advento da internet e tantas coisas se adaptando ao mundo virtual, surgem novos termos e novas formas de praticar coisas que só fazíamos pessoalmente. Entre todos, surge também o cyberbullying, a mesma violência, mas nua nova forma de agredir, sendo até mesmo muito mais pesada em alguns casos, com consequências quase sempre desconhecidas, que acabam por tomar caminhos realmente drásticos.

Para entender o cyberbullying, é necessário conhecer sua origem, o sempre tão polêmico bullying. Segundo a Revista Escola, o bullyingé uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas”, o termo não tem uma tradução para o português (a palavra bully significa valentão), mas define formas de tirania e opressão praticada principalmente por crianças e adolescente em escola, onde uma pessoa ou um grupo, intimida ou ameaça uma outra pessoa, gerando medo, insegurança e outras marcas.

Nos últimos anos, mais estudos tem sido feitos sobre esse tipo de violência, sobre sua definição e o que de fato o caracteriza, na tentativa de compreender melhor o termo e assim poder combate-lo, mas apesar de todos os esforços, campanhas e tentativas de conscientização, o bullying ainda é uma das violências que mais cresce, mesmo por não existir definição e caracterização exatas, os casos nem sempre são reconhecidos, as punições não são devidamente e aplicadas e, em muitos casos, quando o são, já é muito tarde.

Como primeira definição, o cyberbullying nada mais é que uma versão virtual da violência praticada aqui fora, mas a verdade é que a questão é bem maior que isso, as adaptações provocadas por essas mudanças aliadas às características da internet têm aumentando significantemente as proporções que muitos casos tomam, a violência, que já foi tanto taxada de brincadeira inocente, está se tornando de fato perigoso e até mesmo tirando vidas.

O cyberbullying, que ficou conhecido como um bullying melhorado é o ato de difamar, ridicularizar ou humilhar pessoas através da internet, utilizando ferramentas oferecidas pela mesma e fazendo uso de características que deveriam ser usados para coisas mais produtivas, por assim dizer. Como por exemplo, a facilidade de se manter anônimo, os cyberbullies (os “valentões da internet”) podem agredir uma pessoa online sem se identificar, o que dificulta a punição, embora seja possível descobrir a identidade da pessoa anônima através de investigação, essa uma medida que geralmente só é tomada em casos que passaram dos limites, sem definir realmente o que significa passar dos limites quando o assunto é esse.

Além disso, uma difamação/humilhação feita pela internet, através de blogs, redes sociais, e-mail e etc., toma maiores proporções, as pessoas tomam conhecimento numa velocidade muito maior, a “brincadeira” atinge os familiares da vítima, amigos e de forma muito pior a própria vítima, a exposição que ela sofre, tendo algo vergonhoso a seu respeito sendo lido e observado por pessoas do mundo todo (tamanha é a velocidade a abrangência que algo na internet pode chegar) é assustadora, a vítima nunca está preparada para algo do tipo e muitas vezes a pressão é insuportável, visto ainda que as “brincadeiras” feitas online causam efeitos na vida da pessoa, alterando seu convívio, sua personalidade, sua forma de agir e de lidar com os problemas.

Em geral, os efeitos do cyberbullying são semelhantes aos do próprio bullying em si, mas as proporções que as humilhações atingem no meio virtual pioram muito a situação daqueles que são vítimas da prática. A possibilidade do anonimato, anteriormente citada, também possibilita o aumento da quantidade e da perversão com que são usadas as mentiras, imagens e difamações para com outra pessoa.

O assunto pode ser novo, mas a prática é antiga e tem sido mais adaptada do que qualquer outra coisa e gerado polêmicas controvérsias e casos que geram muita repercussão e trazem à tona as discussões sobre o assunto a cada vez que aparecem na mídia. Um dos casos mais famosos de cyberbullying que fugiu do controle e repercutiu no mundo inteiro foi o caso da adolescente canadense Rehtaeh Parsons. A jovem foi vítima de um estupro por quatro rapazes, em 2011, com apenas 15 anos, os agressores filmaram e fotografaram a violência e depois postaram nas redes sociais. A menina passou a ser agredida verbalmente na escola onde estudava, a repercussão das imagens fez com que ela mudasse de escola, ainda assim a história a perseguiu nos corredores da nova escola, sem conseguir aguentar a pressão, os xingamentos e as próprias imagens, a adolescente se suicidou em abril de 2013, aos 17 anos. Os casos são muitos e segundo a Agência Fiocruz, o suicídio tem aumentado entre vítimas de cyberbullying.

A questão é extensa, o mundo virtual abre um leque de possibilidades que acabam sendo mal usados, casos como o da estudante Rehtaeh Parsons retomas as discussões sobre como identicar e punir os agressores, a cidade onde ela vivia foi uma das primeiras a estabelecer leis contra o cyberbullying e criar uma delegacia especializada no assunto, na tentativa de tentar conter uma prática tão abusiva que só tem crescido, mas as identificações, punições e criações de leis a respeito ainda são muito vagas e incompletas.. Adolescentes, crianças, até mesmo famosos são vítimas de agressores que se julgam protegidos pelo anonimato e até mesmo de páginas inteiras que julgam estar apenas brincando sem ter ideia do mal que estão fazendo, os efeitos só as vítimas conhecem e muitas delas – infelizmente – não sobrevivem para contar.

Maggie Paiva


FONTES:

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Convergindo e cavando

Vivemos um tempo de participação. Usuários utilizam as ferramentas que dispõem para construir suas próprias histórias e contá-las para o mundo.

No texto que li para realizar esse textículo chegamos a conclusão de uma coisa: as coisas mudaram. Mas não mudaram apenas em questões de participação, mas também, em questões de compartilhamento e novos conhecimentos.

Henry Jenkins famoso estudioso sobre os efeitos da convergência midiática sobre nossas vidas, aponta diversos benefícios desse panorama - que não irei apresentar por completo, para que você pesquise mais sobre o tema -.

A proliferação das opções de mídia e as formas alternativas de entretenimento caseiro (internet, DVD, computador, vídeo games e celulares) fornecem inúmeros pontos de contato com o consumidor. Como não relacionar essa passagem com o atual momento cinematográfico de super heróis, no qual as produtoras conseguem relacionar seus títulos em diversas mídias, contando a mesma história e arrecadando mais fãs diariamente.

Apresentamos anteriormente o conceito de narrativa transmídia, que pode ser melhor entendido como "uma história que se desdobra em várias múltiplas plataformas, na qual cada texto novo faz uma contribuição para o todo". 

No mais, acostumemo-nos, pois, assistir a um filme, ler uma revista em quadrinhos ou jogar um vídeo game nunca mais serão as mesmas coisa diante das novas possibilidades de acesso e acompanhamento de uma narrativa.

Por Lucas Bernardo Reis

Me ajudaram:

JENKINS, Henry. (2006) Where Old and New Media Collide. NYU Press

MATSUZAKI, L. Y., Jenkins: a cultura da participação

sábado, 23 de agosto de 2014

Internet para quem?

Por Lucas Bernardo Reis

Navegando pela rede você já se perguntou para quem e de quem é a internet? Claro, em termos práticos ela não tem dono, é livre (tsc) para acesso, compartilhamento e etc.

Seria possível encontrar estamentos de uma cultura dentro deste ambiente? Segundo o autor catalão Castells, sim. Em seu texto Galáxia Internet o autor defende um desenvolvimento cultural para a internet. Ele seria caracterizado por uma estrutura quaternária composta por: cultura tecnomeritocratica, a cultura hacker, a cultura comunitária virtual e a cultura empresarial (Castells, 2003).

Para o autor (2003, p.34) a cultura é "uma construção coletiva que transcende preferências individuais, ao mesmo tempo em que influencia as práticas das pessoas no seu âmbito, neste caso os produtores/usuários da Internet".

Ao desenvolver as quatro camadas, uma consideração me chamou mais atenção. Segundo Castells,
"a internet foi o meio indispensável e a força propulsora na formação da nova economia" , pautada pela a "inovação empresarial, e não o capital" (2003, p.49).

Ok, se a internet é livre, então porque existe uma nova economia surgindo? Bem, a apropriação do www como um comércio e sua utilização como produto acaba transformando um ambiente possivelmente livre em um ilimitado atacado.

Encerramos com a sintentização do autor sobre a cultura da Internet. Ela é "uma cultura feita de uma crença tecnocrática no progresso dos seres humanos através da tecnologia, levado a cabo por comunidades de hackers que prosperam na criatividade tecnológica livre e aberta, incrustada em redes virtuais que pretendem reinventar a sociedade, e materializada por empresários movidos a dinheiro nas engrenagens da nova economia" (2003, p.53).

Me ajudaram:

A Galáxia Internet: reflexões sobre a Internet, negócios e a sociedade. Manuel Castells. Jorge Zahar, 2003

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Entre um capítulo e outro da internet

Um fato sobre você que está lendo: você usa a internet.

Claro que usa, caso contrário não poderia estar lendo isso. Só que não é grande coisa, não é novidade, não vai estampar a capa de nenhum jornal ou revista, mesmo porque quase todo mundo hoje usa a internet, eu tive que usar a internet para fazer essa postagem, do início ao fim, da pesquisa à escrita, visitando sites e mais sites como muitos de nós fazemos quase todos os dias, ou todos os dias mesmo.

Acontece que há algum tempo atrás, acessar a internet era basicamente como ler, entrar em algum site era como abrir um livro, procurar e ler o que você queria e depois fechar.Mas a internet vem mudando junto com o mundo, as demandas são diferentes, nem para ler um livro precisamos mais realmente abrir o livro (alô, e-readers!), por que então iríamos querer isso da internet? 

A maioria das mudanças que estão permeando a internet envolvem dinamismo, experiência de conteúdo, abertura e a possibilidade do internauta participar mais. Voltando à metáfora do livro, é como abrir o segundo capítulo da internet e esse fenômeno está recebendo o nome de Web 2.0.

O nome não é sem motivo, o termo 2.0 surge para indicar a revolução que toma conta da internet, sendo que as palavras chaves dessa revolução são “colaboração” e participação”. Na busca por mudar o panorama dos internautas que apenas viam/recebiam as informações dispostas por toda a internet, tem se buscado oferecer aos navegantes mais oportunidades, criatividade, uma parte da revolução. 

Assim, surgiram redes sociais, páginas de vídeos, blogs e uma vasta gama de “nichos” dos quais o internauta pode participar e usufruir, numa série de mudanças que influenciam também no visual dos sites e na forma como lidamos com tudo isso.

Não parou aí. A renovação vira uma constante e existe a possibilidade de uma nova revolução, dessa vez é a Web 3.0 ou Web semântica, que seria uma continuação da revolução que ocorreu e ocorre atualmente. A nova revolução trabalharia criar uma internet mais inteligente, agilizando processos e tornando as coisas mais fáceis, mas como exatamente?

Na Web Semântica, toda a informação estaria organizada de forma que não só nós seres humanos pudéssemos entender, mas também máquinas, para que computadores pudessem realizar trabalhos que hoje só nós podemos fazer.


O processo, que promete ser totalmente inovador, ainda caminha devagar, mas algumas das tecnologias necessárias inclusive já existe, devagar porém cada vez mais real. 

No entanto, como é algo novo, ainda estão sendo estudadas vantagens e desvantagens, assim como custos e gastos, é um processo complexo que exige muita responsabilidade, mas como terceiro capítulo desse interessante livro que é a internet, tem muito o que mostrar. 


Me ajudaram:

http://www.tecmundo.com.br/web/183-o-que-e-web-2-0-.htm

http://www.oficinadanet.com.br/artigo/1831/web_semantica_ou_web_3.0_o_que_e_e_para_que_serve


Imagem: vanessarodrigues.net

Uma jovem com 2.0

Por Lucas Bernardo Reis

Dinamismo e otimização. Essas são as principais características da versão 2.0 da Web.

Nomeada pelo especialista no setor Tim O’Reilly, essa nova forma de utilizar a internet é tida como a web em plataforma.

A participação massiva dos internautas em suas diversas ações, acrescentando uma maior colaboração nos processos é a marca da nova world wide web.

Um dos principais exemplos deste cenário é a enciclopédia virtual Wikipedia, que é composta de informações inseridas e editadas pelos próprios usuários.

Diferentemente de sua irmã mais velha, a 1.0, que prezava por um ambiente mais rígido e teve em seu auge os e-mails, motores de buscas primordiais - cadê? - e os famosos links recomendados, a irmã mais nova ascende na era social.

Blogs, chats, vídeos em Streaming, geram a cada dia a participação e envolvimento do usuário, através de um visual voltado para a usabilidade de navegação em diversas mídias e "achabilidade" mas principais ferramentas de busca.

Me ajudaram:

http://www.ex2.com.br/blog/web-1-0-web-2-0-e-web-3-0-enfim-o-que-e-isso/

http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u20173.shtml

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Um pouco de luz no gelo - Algumas opiniões sobre o "Ice Bucket Challenge"

(ATÉ O TIO GATES PARTICIPOU!)

Hoje, eu vinha no ônibus conversando sobre o"Desafio do balde de gelo", mais especificamente sobre todo o mimimi e as "críticas" (por assim dizer) que a brincadeira/ação vem recebendo, daí eu resolvi selecionar algumas pra expressar minha opinião a respeito (porque eu posso). Então...

1) "Tá faltando água em tanto canto, tanta gente com sede...": Essa foi a primeira que eu vi e talvez se alguém tiver lendo vai parar aqui. Honestamente, sobre isso eu penso que alguns baldes de uma água que tava lá parada (tirada da piscina ou do chuveiro) vá fazer diferença no sistema de água de uma cidade ou estado, muito menos no problema da sede em diversos países. É tão simples que é estúpido, mas é verdade, pelo menos eu acho.

2) "Esses caras só querem aparecer...": Sobre isso, eu digo graças a Deus. Sério, Sabe pq? Primeiro, quem de vocês, aliás nós, sabia alguma coisa sobre a Esclerose Lateral Amiotrofica antes de toda essa brincadeira envolvendo pessoas famosas e gelo? Acontece que a visibilidade de cantores, atores e etc gera visibilidade para a doença, para a causa e isso não é uma coisa ruim. Por causa da brincadeira, muita gente foi pesquisar e passou a se importar mais, é como se fossemos mais fundo para ver um iceberg do qual só conhecíamos a ponta e é só um começo. Além disso, cada pessoa que participa da brincadeira doa 100 dólares para a causa e aí vai...

3) "Se eles doam dinheiro, cadê a grana?": Eu citei em cima que cada participante da brincadeira doa 100 dólares e muita gente reclama que nem vê esse dinheiro. Por um lado, eu imagino como aumentaria a quantidade de críticas se fosse um vídeo de um artista derramando dinheiro no corpo... Por outro lado, eu fui fazer uma rápida pesquisa e descobri que a ALS ASSOCIATION (associação americana voltada para a doença) arrecadou quase 32 milhões de dólares em um mês. Acho que os 100 dólares estão indo para algum lugar sim...

No mais, o que eu tenho a dizer é que existem muitas outras causas que também merecem essa atenção toda, acho (e espero) que cada coisa venha a seu tempo. Eu estou achando a brincaderia divertida e a causa muito interessante, vi depoimentos de pessoas com familiares que tem a doença, pesquisei a respeito e fico feliz que esse interesse (e o próprio conhecimento) tenha começado com um vídeo "idiota" de alguém derramando um balde de água em si próprio, infelizmente tem gente que só sabe achar defeito e reclamar ao invés de procurar prestar atenção no que realmente importa ali, mas é claro que ninguém tem que concordar comigo nem com nada que eu disse, é só a minha opinião e assim existem tantas outras.
Pra fechar, também descobri que existe uma associação brasileira voltada para a causa da ELA, a ABRELA (http://www.abrela.org.br/) que também recebe doações, olha aí legal, quem não quer brincar, pode só doar. Quem dera fosse sempre tão divertido chamar atenção para uma causa importante, muitas, uma por uma, ou todas ao mesmo tempo. Por mim, que venham mais brincadeiras 



Por: Maggie Paiva

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Perdida...

... é o nome do livro que eu estou lendo no momento, com algumas ressalvas. Primeiro porque eu estou "lendo", bem assim entre aspas mesmo, já que eu leio uma página ou duas (até um capítulo, se estiver com sorte) entre as aulas, os trabalhos e a rotina de universitária-barra-bolsista. Segundo porque deve ser bem a décima vez que eu leio esse livro. Confesso que depois da primeira vez que eu li, fiquei meio viciada, li umas 3 vezes em pouco mais de uma semana, pode se dizer que eu gostei um pouquinho.
Bem, falando sério não é uma graaaande obra de arte, nem nada do tipo, talvez seja o tipo de leitura que muitas pessoas fossem julgar, eu poderia estar lendo um Machado de Assim, um Kafka e por aí vai, mas eu estou lendo um livro que contém vários ingredientes que eu gosto, tem o romance, tem os problemas, tem as superações, tem viagem no tempo, tem um cara legal... talvez muita gente vire a cara pra mim e para o livro, mas o que importa é que eu to gostando do que eu leio, ainda acho que isso é o mais importante no final das contas, eu fico feliz e o meu livro também, dizem.
Outras coisa pra confessar, é a primeira vez que eu estou lendo esse livro na sua versão física. Aqui cabem algumas explicações, até ano passado, se não me engano, esse livro não havia sido lançado de fato, estava no processo, mas existiam arquivos em pdf que a própria autora (minha mais nova diva Carina Rissi) disponibilizava na internet no intuito de tornar a obra dela conhecida. Foi assim que eu conheci o livro, eu encontrei (acho que uma amiga me indicou), li no celular e esperei ansiosamente pelo livro físico, comprei e estou lendo agora (valeu, Saraiva!). Tem mais, a autora tem outro livro, "Procura-se um marido", que eu já li, amei, mas ainda não tenho, é um projeto. Além disso, acabou de ser lançado "Encontrada" que é a continuação de "Perdida", esse eu ainda não li, mas pense numa ansiedade!
No final das contas, eu não posso falar tanto sobre o livro, envolve aqueles ingredientes que eu citei, é uma bela história, daquelas chamadas de água com açúcar, mas vale muito à pena ler e se perder um pouco entre um ano e outro (só lendo pra entender). Quem me vê falando do livro vê o carinho com que falo dos personagens e, apesar da minha paixão, não são todos os personagens que me conquistam como a Sofia e o Ian (de "Perdida") me conquistaram.
Se tudo acima ainda não fosse suficiente, a Carina é brasileira, linda, simpática, escreve de um jeito que eu me identifico e mesmo sem saber do que tá fazendo, dá um baita de um empurrão no meu próprio sonho de ser escritora, quem sabe um dia eu não chegue lá.

:)

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A sacanagem que é ler demais

Ler é legal. Mas assim como vários elefantes, ler demais incomoda.

Atualmente leio (no sentido conotativo) 8 livros, dos quais preciso recorrer ao skoob para relembrar.

The Walking Dead, As Crônicas de Gelo e Fogo III (porque nos romanos fica mais fácil), Misery (ou Louca Obsessão), Silmarillion (junto de milhares de famílias da Terra média), A Batalha do Apocalipse (estou ainda no etério), Jogos Vorazes (tão vorazes que não tempo de ler), Jogo Sujo (sujou tudo) e Boneco de Neve (esse já derreteu).

Todos eles são completamente diferentes, porém, ao encontrar o sr. SARAIVA ou então o Ministério da CULTURA a vontade de pegar o livro e dizer: "Nossa, esse daqui é muito legal. Vou levar" acaba fazendo com que você leve vários e acabe lendo o começo de todos, chegando no meio de alguns e deixando o fim atrasado.

Nas segundas-feiras, com a dádiva da programação de postagem, vou escrever um pouco sobre minhas leituras. Não que isso lhe crie uma vontade de ler o que está escrito, pois com certeza, ver um vídeo é mais interessante. Mas, pelo menos desenvolvo um desencargo de consciência típico daqueles que não produzem quando todas as pessoas produzem algo na internet.

No próximo episódio: uma resenha de um livro que está sendo lido.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O megazord das possibilidades

Dois livros, dois escritores que provavelmente não se conheciam, duas histórias parecidas. Um fenômeno, dois, muitos, Semelhanças. O que isso pode ter a ver com cibercultura? O que isso pode ter a ver com ciber qualquer coisa? Poderia ser tudo se eu fosse falar de livros digitais, os chamados ebooks, mas não é o que eu vou fazer, pelo menos não agora.

Para entender melhor, um certo inglês que sobreviveu depois de um acidente nos andes peruanos resolveu contar sua história em um livro chamado “Tocando o vazio”. O livro teve uma boa crítica, boa resenha, mas não vendeu muito e acabou sendo esquecido por um tempo. Acontece que outro homem viveu uma história parecida, com acidente em montanhismo e esse resolveu também escrever um livro chamado “No ar rarefeito”. Esse, por sua vez, virou um fenômeno de vendas, um sucesso, até que “Tocando o vazio” começou a vender mais, mais, até chegar a vender mais que seu sucessor.

Não se trata do talento dos escritores, Joe Simpson e Jon Krakauer, não é porque uma história é mais emocionante que a outra ou foi melhor escrita, nem é sobre o mérito de qual é o melhor livro entre os dois, a questão reside em outro(s) aspecto(s): a época em que ele saíram, provavelmente.
O que acontece é que além do marketing boca a boca, que por si só já é muito eficiente, criou-se uma nova forma de fazer marketing, possível graças à facilidade de se fazer compra pela internet, o que quase todo mundo já faz. Acontece que os sites criaram sistemas, a partir dos quais se alguém compra um livro, um cd, ou um dvd, aparecem sugestões do que outras pessoas compraram depois de ver aquele mesmo produto (é só entrar no site da Saraiva pra ver isso na prática), as pessoas tem acesso a resenhas, informações e opiniões a respeito de algo que elas nem sabiam que existiam, é como se fosse uma propagando boca a boca, só que agora é online e isso expande consideravelmente as possibilidades e os limites, criam-se assim os nichos.

Bem, atualmente é muito fácil achar que gostamos, por exemplo, de uma música que está tocando muito nas rádios, ela é basicamente uma das poucas coisas a que somos expostos, isso cria uma tendência de crescimento para aquilo, uma espécie de ciclo que gera mais e mais exposição, a indústria investe mais naquilo, que se torna central. Voltando aos nichos, é assim que eles surgem. Dentro da internet, não existe os limites geográficos ou os limites de exposição. Através do que já gostamos, chegamos a diversos outros lugares que não conhecíamos e gostos que nem podíamos imaginar. É assim que se caracteriza a cauda longa (que não tem a nada a ver com o Godzilla), é essa vasta gama de possibilidades, nichos e lugares aonde se pode chegar.

Como o texto fala, “a realidade concreta impõe muitas limitações”. O que isso quer dizer? Uma loja física por exemplo, gasta para manter certos produtos em seu estoque, ela não pode manter o produtor se ele não gerar lucro. Além disso, a área que ela atinge pode ser muito pequena dependendo do que ela vende, mas dificilmente vai ser além de uma única cidade, esses são os limites geográficos que eu já citei. São mais pontos positivos para as lojas online, que não tem que lidar com esses problemas, o alcance é maior e ela possui uma vasta gama de produtos que pode expor sem ocupar muito espaço.

Não é um fenômeno restrito apenas às lojas, é algo que já pode ser visualizado nas mais diversas situações, como o Netflix (que supera as locadoras) e redes sócias como o Last.fm que vai além de uma loja de discos. Com tantas possibilidades, estamos descobrindo que podemos gostar de mais do que nos impõem. A dinâmica muda, não gostamos mais daquilo que nos ordenam, é como ter a escolha e chamada “moda” já não dita o que vai fazer parte dos nossos gostos. Essas inúmeras possibilidades que se abrem como um leque a um clique de distância constituem o que chamamos de cauda longa, longas possibilidades.

Se por um lado, ainda temos que lidar com a exclusão digital, também podemos observar uma crescente democracia online, percebida por todos os exemplos citados acima, a maior variedade de escolha, a exclusão dos limites, a evolução que nasce a partir de tudo isso. É difícil imaginar ter medo de algo assim, é claro que como quase tudo na internet depende muito do tipo de uso que fazemos, mas o Lucas vai ter que me perdoar porque isso não é um Godzilla, é um megazord pronto para ajudar todo mundo. Só que com cauda, talvez destruindo uma coisa ou outra pelo caminho, só talvez.


Imagem: my-shiny-toy-robots.blogspot.com.br/


Por Maggie Paiva

Um godzilla chamado colaboração

Você deve está se perguntando, aonde entra o lagarto alterado por radiação? Nem eu sei, mas podemos descobrir juntos.

Pois bem, estamos aqui para comentar mais um texto da disciplina de Cibercultura do considerado Jornalismo / UFC.

Dessa vez fomos postos diante do conceito de Cauda Longa, um texto que li 1 vez e já considero "pacas". O godzilla entra aqui? Seguindo.

Não estão falando de minha cauda longa.
Fonte: behindtheauto.com
O autor (...) tece seus pensamentos, a partir de uma análise de marketing, produção e o poder da divulgação boca a boca (colaboração) online.

O tempo vai passando e a tendência do gosto de massa, no qual todos viam um mesmo canal, no mesmo horário (quase como o programa da Eliana nas manhãs do SBT) está ficando ultrapassado.

Um novo ambiente de descobertas e campos para exploração está se demonstrando para os consumidores.

E isso torna-os donos de seu conteúdo, um conteúdo cada vez mais particular no qual os nichos ganham total importância.

Se pegarmos como exemplo o Netflix (um caso citado no texto), podemos perceber que a particularização dos conteúdos e as indicações para gosto vem a partir do próprio usuário; seus gostos e escolhas.

E essa cauda? É de comer?

Uma cauda longa análoga.
Fiquemos tranquilos, jovens gafanhotos. Inferimos do texto, o conceito de cauda longa é o momento a partir do qual o consumidor consegue, diante de seu trabalho de procura, consegue encontrar no vasto ambiente da internet conteúdos de maneira ilimitada.

Vamos nos inserir como objeto. Há alguns dias procurava o livro "Herói de mil faces" de Joseph Campbell. Um livro publicado na década de 80 (com cheiro de poliéster) e com poucas reedições. Atualmente, conseguir encontrar o livro nas livrarias onlines e sites para compartilhamento de livros.

Essa característica não era assinalada há alguns anos atrás. Se "interdisciplinarizarmos" os conteúdos, podemos acrescentar como crucial o papel da memória na internet, onde, os limites de espaço e/ou tempo são dissolvidos. Nessa ruptura, acredito que, temos uma maior facilidade de acessar a cauda longa.

Compartilhando o mundo

Estudamos no texto anterior que uma das características de nossa sociedade da informação seria a exclusão digital.

Não podemos negar, no entanto, que está ocorrendo uma democratização das ferramentas de produção de conteúdo na internet.

Este blog é um exemplo disso. Consigo escrever, editar, cortar, copiar, transformar em um mundo particular, sem apelar para os antigos servidores pagos (lembram-se dos cds de instalação?).

Consumidores passam a ser produtores. Wikipedia e sites para produção de fan-fics podem ser aplicadas nesses conceitos, onde uma produção colaborativa centra o processo criativo e guia a produção de conteúdo.

E o bendito Gojira? Interessante perceber uma metáfora entre ele e a internet. De um simples lagarto a um monstro sem precedentes. De uma comunicação militar a internet 2.0. Não temos algo similar nessa caminhada? Ao menos a evolução e o alcance podemos metaforizar de uma maneira livre. Porém, espero que ela nunca tenhamos que colocar medo da forma igual, ou então, que Sarah Connor nos ajude.

Me ajudaram na empreitada:

ANDERSON, Chris (2007). A Cauda Longa. Lisboa: Actual Editora.

PALACIOS, Marcos. Ruptura, Continuidade e Potencialização no Jornalismo Online: o Lugar da Memória In: MACHADO, Elias & PALACIOS, Marcos (Orgs), Modelos do Jornalismo Digital, Salvador: Editora Calandra, 2003.

Por Lucas Bernardo

Ciberculturas, ciberespaço

O primeiro capítulo do livro de Pramod Nayad – An Introduction of New Media and Cybercultures – nos leva a crer que a cibercultura, o espaço (ciberespaço) que se criou no mundo virtual está interligado ao mundo real, de forma que se fazem diversas conexões e pontes entre eles, estabelecendo casos em que ambos estão conectados de tal forma que se torna difícil distinguir em qual espaço se deu tal acontecimentos, além de reconhecer que nossa vida no chamado espaço real depende muito do virtual.

O autor cita dois casos, um deles em que a âncora de um navio cortou cabos submarinos, deixando toda uma população sem internet e outro, onde uma mulher desistiu de casar com um homem após descobrir que ele tinha um caso na rede social “Second Life”. Casos como esses nos fazem questionar até onde vai a conexão entre esses dois universos paralelos, o real e o virtual, o quanto o virtual está influenciando na nossa vida e se existe de fato distinção entre eles. Existirá um limite?

O fato é que as chamadas ciberculturas possuem uma dimensão real, origens e portanto influência na realidade, o que acaba por orientar muitos campos da nossa vida, seja na vida pessoal, ou no trabalho. Tal como o que chamamos de realidade, as ciberculturas estão sujeitas aos governos, às mudanças na economia, ao gênero, diferenças pessoais e muitas outras questões, visto que elas surgem como uma extensão da nossa própria vida.

Chega ao ponto em que não precisamos mais sair de casa para fazer compras, parece algo banal hoje em dia, mas já foi algo tão extraordinário que poderia ser impensável. O avanço da tecnologia e a criação de culturas e espaços no mundo virtual como extensão do real influenciam no comércio, no modo de se comportar, na maneira como nos relacionamos com os outros. Sendo assim, não deveria ser surpreendente que influencie também no jornalismo, que se transforma em só mais um de seus campos de influência, sofrendo alterações causadas pelo avanço da tecnologia e das mídias tanto quanto qualquer outro.

Por fim, o texto apresenta uma introdução ao que são essas ciberculturas e o que tem vindo com elas no pacote, além das características, nem todas positivas, como não poderia deixar de ser, mas com uma vasta gama de possibilidades abertas ao uso de algo sobre o que ainda estamos aprendendo.


Referências Bibliográficas

Nayar, Pramod K. (2010) An Introduction to New Media and Cybercultures. John Wiley and Sons.

Imagem: fcom.us.es

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Cibercultura ou ciberculturas?

O texto de Pramod K. Nayar "An introduction to new media and cybercultures" busca nos apresentar o vasto mundo das ciberculturas. O mesmo nome, muitos lugares para se aplicar.

Para o autor não há apenas cibercultura, mas sim, várias, nas quais utilizamos diariamente em nossas vidas,
desde o Smartphone ao mais complexo sistema de computador.

E o jornalismo?
Fonte: stumbleupon.com

Tratando de jornalismo, estamos vivendo uma sociedade da informação. Nela, nossa profissão passa a ser alterada bruscamente com o advento das novas mídias.
Nayar desmontra que essa tecnologia é a causa e efeito de nossa cultura, ou seja, podemos encontrar objetos nos quais o suporte anterior foi alterado pelo advento da tecnologia, como os leitores de livro digitais.

O autor então demonstra as principais característica que julga ser pertinente nesse novo modelo de sociedade, uma sociedade pós-moderna. São eles:

exclusão digital;
utilização dos meios eletrônicos para governar;
identidade maleáveis, na medida em que utilizamos avatares na rede e nos identificamos de maneiras distintas em cada ambiente que visitamos;
questões de gênero;
espaço e geografia.

Por fim, o texto é bastante interessante naquilo que se propõe, apresentar uma primeira imagem
das ciberculturas e seus diversos conceitos e aplicações.

Sem dúvida os próximos passos nos trarão mais conhecimento e complementos a esse estudo.

Referências Bibliográficas

Nayar, Pramod K. (2010) An Introduction to New Media and Cybercultures. John Wiley and Sons.

Acesso ao texto

Por Lucas Bernardo